O próprio Jesus solicitou a Santa Faustina preparar-se para a Festa da Misericórdia, iniciando uma Novena na Sexta-Feira Santa para concluí-la na véspera do primeiro domingo após a Páscoa. Ao observar as intenções que Jesus apresentou à Santa Faustina para cada dia dessa Novena, percebemos que nela não podemos rezar exclusivamente por nós mesmos. Não é possível limitar essa Novena a uma série de orações direcionadas apenas às nossas necessidades particulares. A Novena à Divina Misericórdia em suas intenções abrange a todos – no mesmo espírito que anima a maneira de rezar da Igreja.
Jesus determinou à Santa Faustina recitá-la em preparação para a Festa da Misericórdia suplicando a conversão de toda a humanidade, de modo que toda alma conheça a misericórdia do Senhor e glorifique a Sua infinita bondade.
Cada dia da Novena se inicia com uma intenção específica, ditada pelo próprio Jesus. Santa Faustina acata as intenções propostas e compõe uma série de pequenas orações. Para cada uma dessas intenções, Santa Faustina compôs uma súplica dirigida ao Coração misericordioso de Jesus, e outra dirigida a Deus-Pai.
Rezemos, portanto, com esse espírito universal que anima a oração da Igreja. É certo que, ocupando-nos das necessidades de todos, conseguiremos despertar a benevolência divina para com nossos interesses particulares. Essa Novena realiza, através da nossa devoção, a bem-aventurança do Evangelho: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia”.
Desejo que durante estes nove dias conduzas as almas à fonte da Minha misericórdia, a fim de que recebam força, alívio e todas as graças de que necessitam nas dificuldades da vida e especialmente na hora da morte. Cada dia conduzirás ao Meu Coração um grupo diferente de almas e as mergulharás nesse oceano da Minha misericórdia. Eu conduzirei todas essas almas à casa de Meu Pai. Procederás assim nesta vida e na futura. Por Minha parte, nada negarei àquelas almas que tu conduzirás à fonte da Minha misericórdia. Cada dia pedirás a Meu Pai, pela Minha amarga Paixão, graças para essas almas.
Jesus disse a Santa Faustina. (D. 1209)
Primeiro Dia
Hoje, traze-Me a humanidade inteira, especialmente todos os pecadores, e mergulha-os no oceano da Minha misericórdia. Com isso Me consolarás na amarga tristeza em que a perda das almas Me afunda.
Misericordiosíssimo Jesus, de quem é próprio ter compaixão de nós e nos perdoar, não olheis os nossos pecados, mas a confiança que depositamos em Vossa infinita bondade. Acolhei-nos na mansão do Vosso compassivo Coração e nunca nos deixeis sair Dele. Nós Vo-Lo pedimos pelo amor que Vos une ao Pai e ao Espírito Santo.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para toda a humanidade encerrada no Coração compassivo de Jesus, mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão, mostrai-nos a Vossa misericórdia, para que glorifiquemos a onipotência da Vossa misericórdia, pelos séculos dos séculos. Amém (D. 1210 e 1211).
Segundo Dia
Hoje, traze-Me as almas dos sacerdotes e religiosos e mergulha-as na Minha insondável misericórdia. Elas Me deram força para suportar a amarga Paixão. Por elas, como por canais, corre sobre a humanidade a Minha misericórdia.
Misericordiosíssimo Jesus, de quem provém tudo o que é bom, aumentai em nós a graça, para que pratiquemos dignas obras de misericórdia, a fim de que aqueles que olham para nós, glorifiquem o Pai de Misericórdia que está no céu.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para a porção eleita da Vossa vinha: para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da Vossa bênção e, pelos sentimentos do Coração do Vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da Vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação e juntamente com eles cantar a glória da Vossa insondável misericórdia, por toda a eternidade. Amém (D. 1212 e 1213).
Terceiro Dia
Hoje, traze-Me todas as almas piedosas e fiéis e mergulha-as no oceano da Minha misericórdia. Essas almas consolaram-Me na via-sacra; foram aquela gota de consolações em meio ao mar de amarguras.
Misericordiosíssimo Jesus, que concedeis prodigamente a todos as graças do tesouro da Vossa misericórdia, acolhei-nos na mansão do Vosso compassivo Coração e não nos deixeis sair Dele pelos séculos. Nós Vos suplicamos pelo amor inconcebível de que está inflamado o Vosso Coração para com o Pai Celestial.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas fiéis, como a herança do Vosso filho. Pela Sua dolorosa Paixão concedei-lhes a Vossa bênção e cercai-as da Vossa incessante proteção, para que não percam o amor e o tesouro da santa fé, mas com toda a multidão dos anjos e dos santos glorifiquem a Vossa imensurável misericórdia, por toda a eternidade. Amém (D. 1214 e 1215).
Quarto Dia
Hoje, traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não Me conhecem e nos quais pensei na Minha amarga Paixão. O seu futuro zelo consolou o Meu Coração. Mergulha-os no mar da Minha Misericórdia.
Misericordiosíssimo Jesus, que sois a Luz do mundo todo, aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração as almas dos pagãos que ainda não Vos conhecem. Que os raios da Vossa graça as iluminem para que também elas, juntamente conosco, glorifiquem as maravilhas da Vossa misericórdia e não as deixeis sair da mansão do Vosso compassivo Coração.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos pagãos e daqueles que ainda não Vos conhecem e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Atraí-as à luz do Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é amar-Vos. Fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da Vossa misericórdia, por toda a eternidade. Amém (D. 1216 e 1217).
Quinto Dia
Hoje, traze-Me as almas dos cristãos separados da unidade da Igreja e mergulha-as no mar da Minha misericórdia. Na Minha amarga Paixão dilaceravam o Meu Corpo e o Meu Coração, isto é, a Minha Igreja. Quando voltam à unidade da Igreja cicatrizam-se as Minhas Chagas e dessa maneira elas aliviam a Minha Paixão.
Misericordiosíssimo Jesus, que sois a própria Bondade, Vós não negais a luz àqueles que Vos pedem, aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração as almas dos nossos irmãos separados e atraí-as pela Vossa luz à unidade da Igreja e não as deixeis sair da mansão do Vosso compassivo Coração, mas fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da Vossa misericórdia.
Eterno Pai, dirigi o olhar da Vossa misericórdia para as almas dos nossos irmãos separados, que esbanjaram os Vossos bens e abusaram das Vossas graças, permanecendo teimosamente nos seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor do Vosso Filho e para a Sua amarga Paixão, suportada por elas, pois também elas estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Fazei com que também elas glorifiquem a Vossa misericórdia, por toda a eternidade. Amém (D. 1218 e 1219).
Sexto Dia
Hoje, traze-Me as almas mansas e humildes, assim como as almas das criancinhas, e mergulha-as na Minha misericórdia. Essas almas são as mais semelhantes ao Meu Coração. Elas Me confortaram na amarga Paixão da Minha agonia. Eu as vi quais anjos terrestres que futuramente iriam velar junto aos Meus altares. Sobre elas derramo torrentes de graças. Só a alma humilde é capaz de aceitar a Minha graça. Às almas humildes favoreço com a Minha confiança.
Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes: “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração” – aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração as almas mansas e humildes e as almas das criancinhas. Essas almas encantam o céu todo e são a especial predileção do Pai Celestial. São como um ramalhete diante do trono de Deus, com cujo perfume o próprio Deus se deleita. Essas almas têm a mansão permanente no Vosso Coração compassivo e cantam sem cessar um hino de amor e misericórdia pelos séculos.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas mansas e humildes e também para as almas das criancinhas, que estão encerradas na mansão compassiva do Coração de Jesus. Estas almas são as mais semelhantes ao Vosso Filho. O perfume dessas almas eleva-se da terra e alcança o Vosso trono. Pai de Misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e predileção que tendes para com essas almas: abençoai o mundo todo, para que todas as almas cantem juntamente a glória à Vossa misericórdia, por toda a eternidade. Amém (D. 1220 à 1223).
Sétimo Dia
Hoje, traze-Me as almas que veneram e glorificam de maneira especial a Minha misericórdia e mergulha-as na Minha misericórdia. Essas almas foram as que mais sofreram por causa da Minha Paixão e penetraram mais profundamente no Meu espírito. Elas são a imagem viva do Meu Coração compassivo. Essas almas brilharão com especial fulgor na vida futura. Nenhuma delas irá ao fogo do inferno. Defenderei cada uma delas de maneira especial na hora da morte.
Misericordiosíssimo Jesus, cujo Coração é o próprio Amor, aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração as almas que honram e glorificam de maneira especial a grandeza da Vossa misericórdia. Essas almas, tornadas poderosas pela força do próprio Deus, avançam entre penas e adversidades, confiando na Vossa misericórdia. Essas almas estão unidas a Vós e carregam sobre seus ombros a humanidade toda. Elas não serão julgadas severamente, mas a Vossa misericórdia as envolverá no momento da morte.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que glorificam e honram o Vosso maior atributo, isto é, a Vossa insondável misericórdia. Elas estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Essas almas são o Evangelho vivo e as suas mãos estão cheias de obras de misericórdia; suas almas repletas de alegria cantam o hino da misericórdia ao Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a Vossa misericórdia segundo a esperança e a confiança que em Vós colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que disse: As almas que veneram a Minha insondável misericórdia – Eu mesmo as defenderei durante a sua vida, e especialmente na hora da morte, como Minha glória. Amém (D. 1224 e 1225).
Oitavo Dia
Hoje, traze-Me as almas que se encontram na prisão do purgatório e mergulha-as no abismo da Minha misericórdia. Que as torrentes do Meu Sangue refresquem o seu ardor. Todas essas almas são muito amadas por Mim. Elas pagam as dívidas à Minha justiça. Está em teu alcance trazer-lhes alívio. Tira do tesouro da Minha Igreja todas as indulgências e oferece-as por elas. Oh, se conhecesses o seu tormento, incessantemente oferecerias por elas a esmola do espírito e pagarias as suas dívidas à Minha justiça.
Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes que quereis misericórdia, eis que estou trazendo à mansão do Vosso compassivo Coração as almas do purgatório – almas que Vos são muito queridas e que, no entanto, devem dar reparação à Vossa justiça. Que as torrentes de Sangue e Água que brotaram do Vosso Coração apaguem as chamas do fogo do purgatório, para que também ali seja glorificado o poder da Vossa misericórdia.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que sofrem no purgatório e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Suplico-Vos que pela dolorosa Paixão de Jesus, Vosso Filho, e por toda a amargura de que estava inundada a Sua Alma santíssima, mostreis Vossa misericórdia às almas que se encontram sob o olhar da Vossa justiça. Não olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de Jesus, Vosso Filho muito amado, porque nós cremos que a Vossa bondade e misericórdia são incomensuráveis. Amém (D. 1226 e 1227).
Nono Dia
Hoje, traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo da Minha misericórdia. Essas almas ferem mais dolorosamente o Meu Coração. Foi da alma tíbia que a Minha alma sentiu repugnância no Jardim das Oliveiras. Elas Me levaram a dizer: Pai, afasta de Mim este cálice, se assim for a Vossa vontade. – Para elas, a última tábua da salvação é recorrer à Minha misericórdia.
Ó compassivo Jesus, que sois a própria compaixão, trago à mansão do Vosso compassivo Coração as almas tíbias; que se aqueçam no fogo do Vosso amor puro essas almas geladas que, semelhantes a cadáveres, Vos enchem de tanta repugnância. Ó Jesus, muito compassivo, usai a onipotência da Vossa misericórdia e atraí-as até o fogo do Vosso amor, e concedei-lhes o amor santo, porque Vós tudo podeis.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas tíbias, que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-Vos pela amargura da Paixão de Vosso Filho e por Sua agonia de três horas na cruz, permiti que também elas glorifiquem o abismo da Vossa misericórdia… Amém (D. 1228 e 1229).
Referência
Livro Novena à Divina Misericórdia
Editora Apostolado da Divina Misericórdia
23ª Edição: outubro de 2016
www.misericordia.org.br